Temporais em SP é desastre mais fatal desde enchente no Rio Grande do Sul

A onda de tempestades que atingiu o estado de São Paulo entre a tarde e a noite da sexta-feira deixou sete mortos, de acordo com balanço divulgada pela Defesa Civil do estado. A maioria das vítimas é da região metropolitana da capital paulista, conforme o levantamento. O número faz com que a onda de tempestades em São Paulo de ontem seja o pior desastre natural em fatalidades no Brasil desde as enchentes do fim de abril e maio no Rio Grande do Sul, quando mais de 200 pessoas morreram, incluindo as vítimas de leptospirose (não incluídas no balanço oficial).

O episódio mais grave ocorreu na cidade de Bauru, no interior do estado. Três pessoas morreram durante tempestade severa. Uma mulher, uma criança e um idoso se protegiam do temporal quando muro desabou sobre eles. Os temporais de vento e granizo afetaram ainda outras cidades do interior paulista com queda de árvores e destelhamentos, como em Presidente Prudente e Nova Odessa.

Em Diadema, na Grande São Paulo, uma pessoa perdeu a vida por conta da queda de uma árvore durante a tempestade. Em Cotia, também na região metropolitana da capital paulista, duas pessoas morreram e uma fica ficou gravemente ferida na queda de um muro. Na cidade de São Paulo, mais uma morte. Foi de uma pessoa atingida por queda de árvore no bairro do Campo Limpo.

A onda de tempestades que atingiu a cidade de São Paulo e o interior do estado de São Paulo entre a tarde e a noite da sexta-feira foi de grande severidade. Embora temporais sejam comuns em São Paulo, fenômenos tão severos de vento e em tantos locais não são frequentes.

Na cidade de São Paulo, na zona Sul, a estação meteorológica automática do Instituto Nacional de Meteorologia em SESC-Interlagos registrou no começo da noite de ontem uma rajada de vento de 107 km/h. É muito provável que, pela topografia da cidade e os vídeos analisados pela MetSul, que em alguns pontos do Sul da capital paulista o vento tenha passado de 120 km/h, ou seja, rajadas com força de furacão, embora não tenha sido um furacão o fenômeno causador do vento.

O avanço do ar mais frio sobre o ar quente, com a rápida troca de massas de ar, foi o fator determinante para que o temporal viesse com vendaval forte na cidade de São Paulo e também em vários pontos da Grande São Paulo e do interior do estado.

Havia dois sistemas meteorológicos atuando. No Sul do Brasil, centro de baixa pressão trazia instabilidade no Sul do Brasil e a frente fria associada avançava por São Paulo. Como é normal neste tipo de situação, ar mais frio avança pelo interior do continente e ingressa no território paulista pelo Oeste, deslocando-se de Oeste para Leste.

Fonte: MetSul

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