Estado emite alerta para aumento de casos de coqueluche

A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), emitiu um alerta nesta sexta-feira sobre o crescimento expressivo de casos de coqueluche no estado.
Até o momento, foram confirmados 106 casos ao longo deste ano, um aumento considerável em comparação com os apenas dois registros verificados em 2023.
A faixa etária mais afetada é a de crianças com menos de um ano de idade, que somam 38 confirmações.

Os casos estão concentrados principalmente nas regiões da Foz do Rio Itajaí, com 29 casos, Médio Vale, com 20, e Grande Florianópolis, onde foram registrados 21 casos.

Segundo João Augusto Brancher Fuck, diretor da Vigilância Epidemiológica Estadual, o aumento reflete uma tendência global, e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAs) já havia emitido um alerta em julho sobre o tema. 

“A coqueluche é uma doença sazonal e apresenta aumento cíclico de casos sem um fator específico conhecido. A baixa cobertura vacinal, a intensificação da vigilância e a melhoria no diagnóstico com o uso do exame PCR pelo Laboratório Central de Saúde Pública são fatores que podem ter colaborado para esse cenário.

Tivemos anos com a cobertura vacinal abaixo da recomendada, o que pode ter contribuído para esse aumento de casos”, explica o diretor.

Apesar de esforços para recuperar a cobertura do Calendário Básico de Vacinação no estado, a vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, apresenta 88,87% de cobertura até outubro de 2024, abaixo da meta anual de 95%. Em 2023, a cobertura havia alcançado 91,47%. 

A coqueluche, causada pela bactéria *Bordetella pertussis*, afeta principalmente crianças pequenas e lactentes até seis meses.

A vacinação é a principal medida de prevenção e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Desde 2014, a vacina dTpa, indicada para gestantes, tem sido aplicada para fornecer anticorpos aos bebês, que ainda não têm o esquema vacinal completo.

“A imunização nas gestantes é fundamental para proteger as crianças até que completem a vacinação com a pentavalente, aos seis meses. Precisamos avançar na vacinação de todos os públicos indicados, uma vez que outros países também registram aumento de casos neste ano, e a vacina é a nossa principal aliada”, reforça o diretor.

Sintomas e Transmissão

A coqueluche é altamente contagiosa, e a bactéria é transmitida por gotículas de tosse, espirro ou fala de pessoas contaminadas. No início, os sintomas podem se assemelhar a um resfriado comum:

– Mal-estar geral
– Corrimento nasal
– Tosse seca
– Febre baixa

Com a progressão da doença, os sintomas se agravam, e a tosse seca torna-se intensa e incontrolável, podendo causar falta de ar, vômito e cansaço extremo.

A duração dos sintomas varia de seis a dez semanas, podendo persistir mais tempo conforme cada caso.
Na suspeita de coqueluche, a orientação é procurar um serviço de saúde mais próximo. 

As autoridades de Santa Catarina reforçam a importância da vacinação, especialmente entre crianças e gestantes, para conter a transmissão e proteger a população mais vulnerável.

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